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Este projeto de investigação interdisciplinar convoca saberes da Sociologia, Medicina e Psicologia para dar voz à perspetiva das mulheres e dos homens que decidem o destino dos seus embriões criopreservados, compreendendo as respetivas experiências e visões quanto aos direitos, deveres e responsabilidades associados a esse processo de decisão.
Nos tratamentos de Fertilização In Vitro (FIV) ou de Microinjeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI) pode haver mais embriões do que aqueles que são transferidos para o útero. Estes embriões podem ser criopreservados (conservados através do frio) e os seus destinos dependem do consentimento dos casais que lhe deram origem: utilização posterior pelo casal; doação a outros casais inférteis; uso em projetos de investigação científica; ou destruição ao fim de um determinado período de tempo.
Em Portugal, a investigação em embriões in vitro só é admitida quando dela possam resultar benefícios para a humanidade e todos os projetos devem ser autorizados pelo Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida. Espera-se que esta investigação se traduza em propostas de intervenção clínica inovadoras aplicáveis no transplante de órgãos e no tratamento de diabetes, Parkinson, Alzheimer, artrite, osteoporose, acidentes vasculares cerebrais e doenças cardíacas, entre outros problemas de saúde. No entanto, também se debatem os seus impactos sociais, éticos, jurídicos e políticos, no contexto de uma governação socialmente responsável da saúde e da investigação e práticas médicas.